Registro de gado Ultrablack cresce mais de 70% no Brasil em 2022

28 de dezembro de 2022

A raça de gado bovino conhecida como Ultrablack contabilizou um crescimento de 74,8% nos registros definitivos em 2022. Neste ano, foram 465 animais. No ano passado, tinham sido computados 270. A informação é da Associação Brasileira de Angus, responsável pelo Serviço de Registro Genealógico (SRG) desse tipo de gado no Brasil.

Já os registros provisórios passaram de 672 para 1.210 no mesmo período, um crescimento de 72,2%, de acordo com a Associação. Os registros de animais da raça ultrablack foram autorizados pelo Ministério da Agricultura em 2017. Para a Angus, os números refletem o espaço que a raça bovina vem ganhando entre criadores pelo Brasil.

Em nota, Mateus Pivato, gerente de Fomento da Associação Brasileira de Angus e superintendente do Ultrablack, avalia que, em cinco anos, a raça já se consolidou no cenário da pecuária nacional. “Temos sete touros em centrais de coleta de sêmen, pesquisas em andamento para avaliar o desempenho desses animais, valorização em pista e excelentes dados no Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo). Mas ainda tem muito a crescer”, afirma.

Para 2023, a projeção é de uma taxa de nascimentos de 60% e de crescimento de 40% nos registros de novos exemplares da raça. Para Pivato, a demanda crescente do mercado e a seleção genética feita pelos pecuaristas brasileiros devem fazer o gado nacional a se destacar entre os melhores do mundo.

“Com o mercado de mais de 1 milhão de ventres meio-sangue Angus e a capacidade da raça para cobrir a campo, esses animais têm um horizonte de sucesso”, projeta, em nota da Associação de Angus.

Originária dos Estados Unidos, a Ultrablack é uma raça sintética, cruzamento de Angus e Brangus (cruzamento entre Angus e zebuínos, como o Brahman). De acordo com a Associação Brasileira de Angus, a raça surgiu ainda na década de 1990, no Estado do Novo México. Os primeiros registros, no entanto, foram feitos apenas em 2005.

O resultado desses cruzamentos é um animal com cerca de 80% de sangue angus, o que é considerado um de seus diferenciais. Além de expressar atributos mais vinculados ao gado zebuíno, como rusticidade e resistência. Entre as principais características desse tipo de gado, estão a pelagem preta e ausência de chifres.

A mistura aliou atributos de qualidade de carne normalmente vinculados ao gado europeu, como o angus, e a adaptabilidade a locais de temperaturas mais elevadas, como ocorre com o zebuíno. Segundo a Associação Brasileira de Angus, a ideia de trazer o ultrablack para o mercado brasileiro foi proporcionar aos pecuaristas mais uma alternativa de produção de carne com qualidade superior.

Animais da raça têm sido valorizados em leilões. Em maio de 2020, uma cota de 50% de um touro ultrablack foi arrematada por R$ 40,5 mil, levando o animal a ter valor total projetado em R$ 81 mil, recorde até então. O remate foi realizado no Rio Grande do Sul.

Em setembro deste ano, outros dois exemplares foram destaque no 2º Leilão Cachoeira do Campo. O touro KV Cachoeira 035 Maximus teve uma cota de 50% vendida por R$ 48 mil, o que projeta seu valor total em R$ 96 mil. E a vaca KV Cacheira 009 Cruise Design alcançou a maior valorização ao ter uma cota de 67% comercializada por R$ 176 mil.

No resultado geral do remate, as seis fêmeas Ultrablack vendidas tiveram média de R$ 61.666,67. A média de venda dos cinco machos chegou a R$ 27.480,00.

Foto: Divulgação/Associação Brasileira de

 

Fonte: Globo Rural