Queda no preço do suíno vivo reduz poder de compra de insumos

17 de março de 2023

A queda dos preços do suíno vivo tem reduzido o poder de compra de insumos pelo criador. As cotações do animal têm sofrido maior pressão em relação às cotações do milho e do farelo de soja, ingredientes essenciais para a ração nas granjas. A informação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Nas contas dos pesquisadores, um suinocultor da região de Campinas (SP) conseguia com comprar 5,26 quilos de milho com o preço de venda de um quilo de suíno, 0,7% menos que uma semana antes. No farelo de soja, a relação estava em 2,71 quilos para um quilo do animal, 0,8% menos na mesma comparação.

No acumulado deste mês, o indicador medido pela instituição mostra desvalorização do suíno vivo em todas as praças pesquisadas. A mais expressiva (-8,38%) foi registrada em Minas Gerais, onde o animal valia R$ 7,65 o quilo na quarta-feira (15/3). Em Santa Catarina, a retração foi de 6,02%, com a referência para o quilo valendo R$ 6,87.

“A pressão sobre os preços do animal vem do enfraquecimento da demanda pela indústria por novos lotes de suínos para abate”, informa o Cepea, em nota divulgada.

Também na parcial deste mês, a referência da instituição com base em Campinas (SP) acumula queda de 0,69%. Na quarta-feira (15/3), a saca de 60 quilos era cotada a R$ 85,49. No início da semana, também em nota, os pesquisadores destacaram que a queda nos preços do milho vem ocorrendo mesmo com o atraso no plantio da segunda safra.

A janela de plantio do cereal vem sendo apertada pelo atraso na colheita da soja. Estimativas feitas por consultorias privadas já consideram o risco de parte das lavouras do cereal ser semeada fora do período considerado ideal. Ainda assim, pelo menos por enquanto, os números apontam para safra recorde no ciclo 2022/2023.

“Enquanto produtores estão focados nos trabalhos de campo, consumidores nacionais adquirem novos lotes apenas quando há necessidade de recompor os estoques. Ainda assim, alguns demandantes acabam tendo dificuldades nas aquisições, por conta de questões logísticas – com o avanço na colheita de soja, o frete da oleaginosa tem certa prioridade”, informou o Cepea.

Foto: Freepik

 

Fonte: Globo Rural