Consumo brasileiro de café solúvel cresceu 5,3% no 1º trimestre, alcançando 5.235 toneladas

17 de abril de 2024

O consumo de café solúvel no Brasil alcançou 5.235 toneladas (equivalente a 87.250 sacas de 60 quilos) no primeiro trimestre de 2024, volume que implica crescimento de 5,3% na comparação com as 4.970 toneladas (82.833 sacas) consumidas de janeiro ao fim de março do ano passado. Os dados fazem parte de relatório estatístico da Associação Brasileira da Indústria do setor, a Abics. As informações são da assessoria de comunicação da Abics.

Para Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da entidade, o avanço do volume consumido no Brasil se faz constante desde 2016 e reflete as ações adotadas pelo segmento industrial de café solúvel.

“As empresas do setor vêm realizando investimentos permanentes em qualidade e diversidade de produtos, os quais, alinhados com as estratégias de promoção e de emprego em outras formas de consumo, como na gastronomia, impulsionam o resultado. Essa maior percepção qualitativa e da versatilidade do produto pelos consumidores brasileiros é fomentada pela campanha ‘Descubra Café Solúvel’ nas redes sociais e junto a profissionais de barismo e cafeterias, que a Abics desenvolve com parceiros no Brasil e, no exterior, junto à ApexBrasil”, explica.

Entre essas ações, ele destaca a criação e a implantação do protocolo de análise sensorial do café solúvel, construído com a participação de especialistas de todas as empresas associadas à Abics, tendo as atividades coordenadas pela própria Associação em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL).

Um dos pontos focais da entidade com o protocolo é a formação e a constante calibragem de especialistas de todas as indústrias associadas na sua aplicação, que são denominados “IC Graders”, ou Instant Coffee Graders.

“Com essas ações, o café solúvel brasileiro impõe maior protagonismo e amplia a visibilidade no mercado. Aliadas à capacidade de fornecimento de produtos com valor agregado em tecnologias, qualidade, volume e competitividade, tais iniciativas consolidam a posição do Brasil como líder mundial de produção e exportação, não se esquecendo que o berço de toda essa iniciativa é o mercado interno, o primeiro a ser beneficiado”, completa.

A oficina mais recente de calibragem de “IC Graders” foi realizada na semana passada, coordenada pela cafeóloga, especialista em avaliação sensorial e consultora da Abics, Eliana Relvas. “A calibragem é importante para a acuidade da certificação e a atualização dos profissionais constantemente, uma vez que a troca de informações e de conhecimento é continua e enriquecedora”, comenta.

Segundo Eliana, as oficinas também são oportunidades de troca de experiências, engajamento e contínuas qualificação e atualização do protocolo. “Essa capacitação, praticamente um networking, permite que as indústrias permaneçam desenvolvendo novas qualidades de café solúvel e produtos para outras formas de consumo, como os voltados à gastronomia e novos produtos de varejo, como barras de cereais ou superfoods”, exemplifica.

O supervisor de Produto da Cocam, José Tadeu Alves de Siqueira, que integrou a turma de calibragem, destaca a importância do projeto de desenvolvimento para avaliação sensorial do café solúvel no intuito de contribuir com a criação de um método próprio, categorização dos cafés, uniformização da linguagem dos atributos sensoriais e comparação dos solúveis em categorias.

“Se fazem necessárias as calibrações presenciais para que as avaliações sejam consenso entre todos os especialistas, junto à coordenação do projeto, para a tomada de decisões em futuras amostras, as quais serão submetidas para classificação dentro das categorias ‘Excelente’, ‘Premium’ e ‘Clássico’, que serão feitas individualmente pelos ‘IC Graders’. Esse processo presencial de atualização é importante à categorização de novos cafés que surjam”, avalia.

O profissional da Cocam completa que, para as empresas, é importante ter os especialistas “IC Graders” no controle de qualidade e no processo fabril. “Com esses profissionais à frente dessas etapas da produção, é possível otimizar os produtos e desenvolver novos, por meio da aplicação dos conceitos de avaliação que permitem categorizar os cafés dentro de cada perfil desejado”, conclui.

Foto: Freepik

 

Fonte: Safras e Mercado