Combustão e eletricidade. Tratores híbridos devem ser nova tendência no campo

16 de novembro de 2022

A motorização híbrida está cada vez mais presente na mobilidade. Nas ruas e nas pistas; nos carros de passeio e nos velozes monopostos da Fórmula 1; motores já conciliam combustão (seja a gasolina ou etanol) e eletricidade sustentada a bateria. A tendência é esse tipo de tecnologia chegar cada vez mais ao campo.

Foi o principal sinal dado pela Eima, uma das principais feiras de tecnologia e de maquinário do mundo, na Itália. Entre as mais de 60 mil novidades tecnológicas vistas por mais de 300 mil visitantes de cerca de 160 países, os tratores híbridos despontaram como a principal novidade.

E aparecer na Eima tem peso. A feira é importante exatamente porque indica o que deve fazer parte da visa do produtor rural em termos de maquinário no futuro. O avanço da tecnologia híbrida vai ao encontro da preocupação maior com a sustentabilidade e a redução de gases poluentes pela atividade agropecuária.

Ainda é uma tecnologia cara e pouco acessível. Um dos modelos vistos na feita cista cerca de 200 mil euros, o que seria mais de R$ 1 milhão por um trator. Comparando com os preços atuais de maquinário de grande porte no Brasil, não é uma diferença tão grande, mas, ainda assim, conciliar combustão e eletricidade no trabalho de plantio, manejo e colheita das plantações custa mais.

Mas a tendência é de avanço. Aqui no Brasil, por exemplo, vem ganhando notoriedade pelo menos desde o ano passado são tratores movidos a biometano, gás que resulta do processamento de rejeitos urbanos e da atividade agropecuária.

Um dos fatores que dificultam a adoção mais rápida desse tipo de tecnologia é a falta de estrutura de abastecimento desses equipamentos em uma país de dimensões continentais, como o Brasil. Outra é viabilizar os investimentos para os produtores rurais terem cada vez mais estruturas próprias de geração de biogás.

Geopolítica

A Eima deste ano foi além das novidades tecnológicas. Jornalista que esteve no evento, Marielle Previdi destacou que um assunto bastante presente no evento foi como a agricultura tem sido vista como uma variável importante dos arranjos da geopolítica atual. E como o Brasil tem um papel fundamental nisso.

“Se pensarmos em Estados Unidos, China, Rússia e Brasil, o que existe em comum entre esses países e que norteia as movimentações? é a agricultura. Então, foi uma feira muito interessante e que nos da uma ideia de que a agricultura e toda a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias estão direcionadas para a sustentabilidade”, disse ela.

Foto: Divulgação/Eima

 

Fonte: Globo Rural