A Basf desenvolveu uma nova molécula que deve ser a base para toda uma linha de fungicidas para diversas culturas: o revisol.
A gigante alemã apresentou durante a 23ª Expodireto Cotrijal, realizada esta semana, em Não-Me-Toque (RS), o primeiro defensivo desse grupo e projetou boas vendas nos próximos anos.
O último lançamento de molécula da companhia foi feito há cerca de dez anos, quando a empresa colocou no mercado os primeiros produtos feitos a partir do princípio ativo carboxamida.
Primeiro produto desse novo grupo, o fungicida Belyan é usado para controle da ferrugem asiática, mancha-alvo, cercospora e oídio.
“Em nossos testes de campo, ele entregou duas sacas de soja a mais do que os concorrentes. São quase R$ 400 por hectare, o que mostra que o investimento se paga e ainda dá retorno”, pontuou o gerente sênior de marketing para soja no Brasil, Vitor Bernardes.
Demanda no campo
O diretor de negócios da Basf para o Sul do país, Cássio Kirchner, prevê um cenário favorável à adoção do Belyan este ano, especialmente na região, porque a estiagem demandará produtos que danifiquem menos as plantas. O produto estará disponível nos distribuidores até julho.
A melhora das margens operacionais também deve estimular as vendas, segundo o executivo. “As commodities vêm com tendência de estabilidade. Então, a relação de troca pelo grão de soja, que é uma das melhores dos últimos cinco anos neste momento, tende a se manter bastante favorável”, disse.
Segundo Bernardes, os produtos à base de revisol devem ter uma “grande participação” nos negócios de fungicidas da Basf classificados como premium.
No exterior, o princípio ativo já é utilizado para manejos de pragas e doenças em milho, algodão e hortifrúti — a baixa toxicidade é um diferencial para esse último mercado. Os executivos disseram que a empresa espera ampliar o uso do produto também no Brasil.
Com aproximadamente 900 milhões de euros investidos anualmente em pesquisa e desenvolvimento, a companhia espera lançar de três a cinco novas moléculas e 25 produtos de prateleira (fungicidas, herbicidas e inseticidas) até 2030.
Entre as novidades programadas, uma nova molécula para controle da cigarrinha do milho, que tem se alastrado pelo Brasil.
Foto: Bruno Rubituci/Basf
Fonte: Globo Rural