Alimentos sobem 0,71% e gastos com saúde puxam inflação em abril

12 de maio de 2023

A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,61% em abril, após alta de 0,71% em março. Em abril de 2022, a alta foi de 1,06%. As informações foram divulgadas há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de 0,61% em abril de 2023 ficou acima da mediana das projeções de 46 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de alta de 0,55%. O resultado ficou dentro do intervalo das projeções, que ia de alta de 0,42% a 0,62%, e acima da mediana de 0,55%.

Com a taxa de abril, o resultado acumulado nos últimos 12 meses foi de 4,18%, ante 4,65% até março. Com isso, foi o menor resultado em 12 meses desde outubro de 2020 (3,92%). Para esse resultado, a mediana das estimativas do Valor Data era de 4,12%, com projeções entre 3,98% e 4,20%.

O resultado do IPCA em 12 meses ficou acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central (BC) de 3,25% para 2023 – sendo que a meta tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.

Entre os grupos de despesas, o maior impacto veio de saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,49% e influência de 0,19 ponto percentual na taxa do IPCA.
O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracajú e de Brasília.

Das nove classes de despesas usadas para cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação brasileira, cinco tiveram desaceleração na passagem entre março e abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Inflação de alimentos acelerou

O IPCA geral passou de 0,71% em março para 0,61% em abril. Pela mesma base de comparação, foram observadas taxas menores de inflação em habitação (de 0,57% para 0,48%), transportes (de 2,11% para 0,56%), despesas pessoais (de 0,38% para 0,18%), educação (de 0,10% para 0,09%) e comunicação (de 0,50% para 0,08%).

Por outro lado, foram registradas taxas comparativamente maiores em alimentação e bebidas (de 0,05% para 0,71%), artigos de residência (de -0,27% para 0,17%), vestuário (de 0,31% para 0,79%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,82% para 1,49%).

Este último grupo, inclusive, foi o que mais pesou para a alta da inflação em abril, com impacto de 0,19 ponto percentual da taxa de 0,61% do IPCA. A maior influência é da alta de 3,55% dos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março. Os produtos farmacêuticos responderam, individualmente, por 0,12 ponto percentual do IPCA.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Fonte: Globo Rural