Vacinação contra febre aftosa: manejo correto é chave para bons resultados

31 de outubro de 2022

A segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa começa na próxima terça-feira, dia 1º, e segue até 30 de novembro. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estima que em torno de 161 milhões de bovinos e bubalinos receberão as doses.

Especialistas alertam que o manejo adequado é fundamental para o sucesso da imunização. Uma das práticas recomendadas é a contenção individualizada dos bovinos, estratégia para redução do estresse e da incidência de lesões.

“Vacinar o animal no equipamento de contenção individual leva o mesmo tempo que a vacinação em brete coletivo e tem a vantagem de uma imunização de qualidade, com segurança para as pessoas e os animais, menos acidentes e contusões”, argumenta o gerente Comercial da Beckhauser, Gustavo Lazarin. “Os benefícios são colhidos tanto pelas fazendas, em forma de melhores resultados e retorno financeiro, e pelo setor da pecuária como um todo, ao realizar um manejo responsável e voltado ao bem-estar animal e humano”, acrescenta.

É importante que os pecuaristas adquiram o medicamento em revendas autorizadas. As doses devem ser mantidas entre 2°C e 8°C, desde a compra até o momento da utilização. Devem ser usadas agulhas novas para aplicação da dose de 2 ml na tábua do pescoço de cada animal, preferindo as horas mais frescas do dia.

Embrapa Gado de Corte lista outras orientações:

– Conduzir os animais com calma para diminuir a movimentação de poeira;
– Vacinar somente os animais sadios;
– A aplicação deve ser na tábua do pescoço, via intramuscular ou subcutânea, evitando regiões contaminadas com terra ou fezes;
– Assegurar que as pistolas estejam calibradas e as agulhas adequadas para a via de aplicação;
– Durante a vacinação, manter a pistola e os frascos de vacina dentro da caixa de isopor com gelo enquanto não estiver em uso;
– Utilizar somente pistolas e agulhas limpas e desinfectadas por fervura durante pelo menos 15 minutos (colocar os materiais após o início da fervura) e mantê-las em local limpo e seco;
– Durante a vacinação, trocar de agulha com frequência, por exemplo, a cada 10 animais vacinados ou a cada recarga, para evitar a formação de abscessos;
– É recomendado conter individualmente o gado para reduzir o risco de acidentes com trabalhadores e animais;
– Todo o material deve ser higienizado e seco após a utilização;
– Restos de vacinas não devem ser reaproveitados.

Onde será feita a campanha

Nesta etapa, devem receber a vacina contra a aftosa animais de até 24 meses em dez estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Roraima e Rio Grande do Norte.

Bovinos e bubalinos de todas as idades serão imunizados nas 11 unidades da Federação que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE-PNEFA): Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.

Comprovante

Além da vacinação, o produtor deve fazer a comprovação junto ao órgão executor de defesa sanitária animal de seu Estado. “A declaração da vacina pode ser entregue de forma online ou, quando não for possível, presencialmente nos postos designados pelo serviço veterinário estadual nos prazos estipulados”, informa o Mapa.

Suspensão da vacina

Finalizada a etapa de novembro de 2022, a vacina será suspensa em sete unidades da Federação: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins. Ao todo, serão aproximadamente 114 milhões de bovinos e bubalinos que deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total.

Atualmente, os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Foto: USDA/CCommons

 

Fonte: Globo Rural