Setor de máquinas cresce 9% em 2022, mas sofre com falta de componentes

28 de abril de 2022

O setor de máquinas e equipamentos agrícolas registrou um crescimento de 9% no primeiro trimestre deste ano, segundo dados apresentados nesta quarta (27/4) em coletiva da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) na 27ª Agrishow, em Ribeirão Preto. Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, disse que o índice ultrapassou os 5% previstos para o ano pela entidade, o que não muda ainda a projeção anual, mas o viés é de alta.

Em março, as exportações cresceram 5,2% em relação a fevereiro. No acumulado do ano, os embarques de máquinas agrícolas apresentaram um aumento de 29,5%. Já as importações tiveram queda de 3,9% em março e aumento de 29,5% no acumulado de janeiro a março.

No ano passado, as vendas de máquinas agrícolas tiveram um incremento de 41% sobre 2020, onde já havia sido registrado um crescimento de 17%. Segundo Estevão, o produtor está capitalizado, mas a indústria entregou muitas máquinas nos últimos três anos e não há tanto espaço para crescer neste ano. “Projetamos que haverá crescimento pela perspectiva de aumento de área plantada, que demanda mais máquinas.”

O setor está com pedidos em carteira para nove semanas, ou seja, em média, as máquinas vendidas agora têm entrega prevista para pouco mais de dois meses, mas Estevão prevê que esse prazo vai começar a subir novamente porque o produtor começa neste período a comprar máquinas para a nova safra.

“O problema na cadeia de suprimentos devido à falta de navios e contêineres no mundo ainda não foi resolvido e a perspectiva não é de que isso ocorra neste ano”, afirma. Segundo o executivo, as máquinas que usam chips mais antigos estão demandando ainda mais tempo para serem entregues devido à dificuldade de importação desses componentes. Nesse caso, a indústria tem duas opções: aumentar o seu estoque ou substituir as peças importadas por nacionais.

Em relação às vendas na volta da Agrishow presencial, após dois anos, Estevão afirmou que o sentimento nos estandes nesses primeiros dias da feira é de muito entusiasmo. “A feira está muito movimentada, deve bater recorde de público e as indústrias estão bem otimistas.” O balanço da feira, que teve faturamento de R$ 2,9 bilhões em 2019, deve sair na sexta. Há expectativa de que as vendas cheguem a R$ 6 bilhões.

Foto: Reprodução

 

Fonte: Globo Rural