Seis estados relatam falta de vacina contra aftosa. Ministério diz que situação é pontual

18 de novembro de 2021

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que ainda não considera a hipótese de prorrogar a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, apesar de haver relatos de falta de doses em revendas de seis estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. A afirmação foi feita à Globo Rural por Ana Carlos Vidor, chefe da Divisão de Febre Aftosa do Mapa.

Segundo a pasta, em caso de dificuldade ou problema que impeça uma boa cobertura vacinal, as federações estaduais devem protocolar pedido de prorrogação no Serviço Veterinário Estadual (SVE), até dia 25 de novembro, que vai avaliar e remeter para análise do Mapa. A campanha termina em 30 de novembro. O produtor que não imunizar seu rebanho pode ser multado.

“A etapa tem 30 dias de duração. Mesmo que tenha existido alguma dificuldade de acesso à vacina na primeira quinzena do mês em algumas localidades, será possível o produtor adquirir a vacina e realizar essa importante medida de prevenção da doença até o final de novembro”, afirma Ana.

Ela ressalta que técnicos da Divisão de Saúde Animal do Mapa se reúnem rotineiramente com integrantes do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), responsável por disponibilizar o total de doses, para monitorar o andamento da campanha. A chefe da divisão de Febre Aftosa do Ministério, afirma que as reclamações tratam de situações pontuais de falta de vacina, devido à capilaridade de algumas regiões do país. Mas há doses suficientes.

Ana Carlos Vidor relata que, na última reunião, em 12 de novembro, solicitou ao Sindan mais 1.485.000 doses, número que equivale a 1,6% do total para vacinar toda a população alvo da campanha, estimada em 78 milhões de bovinos e bubalinos de até 24 meses. Questionado, o Sindan também afirmou que o estoque é maior que a demanda e o que pode estar ocorrendo são falhas na distribuição.

Menor interesse

Um dos fatores que vem afetando a oferta de vacinas no Brasil é o menor interesse na produção, já que o país caminha para ser zona livre de aftosa sem vacinação até 2026. O número de fabricantes caiu de sete para três: Ourofino, em Ribeirão Preto-SP; Ceva Saúde, em Juatuba (MG); e MSD, em Montes Claros (MG). Outras duas (Biogénesis e Biovet) apenas distribuem a vacina em parceria com as indústrias que produzem.

Outro fator que impacta esta segunda fase da campanha é o número de animais a serem vacinados, que diminuiu para 78 milhões, já que 44,5 milhões de bovinos e bubalinos dos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia e parte do Amazonas e de Mato Grosso obtiveram a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zonas livres de aftosa sem vacinação, se juntando ao Estado de Santa Catarina.

Na avaliação da chefe da Divisão de Febre Aftosa, é normal a suspensão da vacinação, proposta no plano estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), demande ajustes que podem afetar a distribuição das vacinas, porque já não há uma grande quantidade em estoque como havia antes.

O programa, iniciado em 2017, prevê deixar o Brasil livre de aftosa sem vacinação até 2026. Neste ano, rebanhos do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia e de parte do Amazonas e de Mato Grosso já obtiveram a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), se juntando ao Estado de Santa Catarina, que já era livre de vacinação.

Foto: ALF RIBEIRO/AE

 

Fonte: Globo Rural