De acordo com alerta agroclimático da Rural Clima, a partir do início da tarde desta segunda-feira e ao longo do dia de amanhã (12), uma nova frente fria se desloca ao sul do Rio Grande do Sul, onde deve deixar a semana novamente marcada por temporais e volumes extremamente elevados de precipitações.
Segundo o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, até o final de semana, há previsão de que os acumulados de chuva possam novamente superar números entre 100 e 150 milímetros em muitas localidades. “Isso é ruim tanto para o meio rural quanto para, principalmente, o urbano. Os níveis dos rios não irão ceder e poderão se elevar ainda mais. Muita atenção ao longo da próxima semana”, alerta.
Para Santa Catarina e Paraná, a tendência também é de bastante chuvas, já que a passagem da frente fria deve deixar o tempo instável nestas regiões também. “Além de atrapalhar o dia a dia, as precipitações também começam a trazer problemas para as áreas de trigo, já que faz mais de 10 dias que as chuvas não dão trégua”, pontua Marco.
Entre quinta e sexta, a frente fria deve se deslocar para a região Sudeste do Brasil, levando chuvas para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. As precipitações também devem atingir um pouco de Mato Grosso, Goiás e Rondônia. “Contudo, vale ressaltar que as chuvas são em forma de pancadas em toda essa faixa central, sem nada regular”, ressalta o agrometeorologista.
Para esta segunda-feira, a previsão é de que o Brasil tenha tempo aberto na maior parte do país. De acordo com o alerta, as únicas exceções devem ser da faixa litorânea do Nordeste e do extremo norte da região Norte, que tem previsões de algumas pancadas de chuva.
“Muita atenção para você, produtor, que está se preparando para o plantio da soja ou até mesmo para alguns produtores do Mato Grosso que já semearam suas lavouras. A previsão é que as precipitações venham em forma de pancadas e irregulares”, destaca Marco.
Marco ainda diz que, em relação a cultura de cana de açúcar, a colheita deve ser atrapalhada por conta do clima. “Contudo, as condições serão favoráveis para o desenvolvimento dos canaviais em 2024”, ressalta. O problema maior, de acordo com ele, fica para a região do Mapitoba. “Não há previsão de chuvas para a região entre os próximos 10 e 15 dias. Chuvas ocorridas entre final de agosto e início deste mês foram anormais e só deverão voltar a ocorrer na virada de setembro para outubro”, explica.
Chuvas no Rio Grande do Sul: Efeito do El Niño?
Marco explica que o fato do Oceano Atlântico que banha o norte da América do Sul e do Oceano Pacífico que banham o oeste do continente estarem em temperaturas elevadas fomenta os corredores de umidade, que estão mais localizados ao sul do Brasil.
“Se estivéssemos sob efeito do El Niño, estaríamos observando chuvas consolidadas em todo este corredor central, como vimos ocorrer em 2015 e 2018, e isso não ocorre no momento. Então muita atenção, pois chuvas vão acontecer, mas sempre irregulares”, conclui.
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Fonte: Safras e Mercado