A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) deve reduzir suas projeções para o desempenho do segmento de máquinas agrícolas em 2023. A diretora de economia e estatística da entidade, Cristina Zanella disse que vai aguardar para revisar os números, mas que “provavelmente” o resultado será pior do que o esperado inicialmente.
A Abimaq trabalhava com uma queda no mercado interno de máquinas agrícolas em torno de 10% no ano. No acumulado de janeiro a julho, no entanto, a receita com vendas internas caiu 21,9% na comparação com igual período de 2022. “Esperávamos um maior dinamismo no segundo semestre, com o Plano Safra, mas os números ainda se mostram fracos”, lamentou.
Zanella já não enxerga um cenário no qual seja possível reverter o desempenho negativo ou, ao menos, reduzi-lo para perto do projetado inicialmente. Alguns fatores conjunturais até podem trazer resultados positivos, mas só para o ano que vem.
Na receita total, incluindo exportações e mercado interno, a queda acumulada até julho é de 19,8%. As exportações registraram crescimento de 6,6%. Em relação a julho do ano passado, o desempenho foi negativo em 23,7%, com exportações caindo 8,5% e as vendas internas, 24%.
“Observamos queda forte em praticamente todos os itens – plantadeiras, colheitadeiras, máquinas para irrigação, armazenagem. Não há como falar em algum setor com demanda maior que no ano passado”, mas ela ressalta que a base de comparação é de números muito fortes em 2022.
Exportações
O Paraguai é o principal destino das exportações brasileiras de máquinas agrícolas, com 23% de participação. As vendas do Brasil ao país vizinho cresceram 18% do acumulado de janeiro a julho. A Argentina, com participação de 11%, teve queda de 11% no período. O terceiro lugar é dos Estados Unidos, respondendo por 10% das exportações brasileiras. Este mercado cresceu 16,7% no ano.
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Fonte: Safras e Mercado