Apesar do preço da soja ter perdido força nos últimos meses, a margem de rentabilidade ainda é positiva no Brasil em comparação a outras culturas. A avaliação é do analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, durante palestra realizada há pouco no 6º SAFRAS Agri Week, que acontece até quinta, dia 21 de setembro. “Está mais apertada neste ano, mais ainda está melhor que o milho, por exemplo”.
Neste contexto, o Brasil deve experimentar um novo aumento de área na temporada 2023/24, mas num ritmo mais modesto que na anterior. SAFRAS & Mercado prevê uma área 2,5% maior, somando 45,6 milhões de hectares. Em 2022/23, o incremento havia sido de 5%.
“Temos potencial para produzir uma safra recorde em 2023/24, de até 163 milhões de toneladas”, estima o analista. “Nó mínimo, devemos ter uma safra igual a anterior, de 156 milhões de toneladas”, prevê.
Sobre as exportações da temporada 2022/23, os registros já são recordes. Vale ressaltar que a comercialização brasileira está bastante atrasada, somando cerca de 79,8%, quando a média para o período é de 88,3%. “Os produtores seguraram demais. Agora, todos estão aumentando a oferta, o que faz o preço cair”, explica. “De qualquer forma, o produtor deve vender, fugindo da safra dos Estados Unidos”, frisa.
A safra norte-americana começou a ser colhida, chegando a 5%, segundo relatório de condições das lavouras divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Departamento de Agricultura do país (USDA). Com o clima irregular, a produção está estimada em 112,8 milhões de toneladas.
Para o analista, o USDA até pode fazer um novo corte na safra do país no relatório de oferta e demanda de outubro, mas não deve trazer grande influência aos preços na Bolsa de Mercadorias de Chicago. “A verdade é que a bolsa já precificou problemas da produção dos EUA”, destaca. Por isso, a tendência de preço em Chicago é de lateralizado para baixo.
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Fonte: Safras e Mercado