Produtores atingidos pela seca começam a colher sementes doadas pelo Governo de Minas

19 de abril de 2024

Começam a ser colhidos nas próximas semanas os feijões plantados com as sementes doadas pelo Governo de Minas, por meio da Empresa de Assistência e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), para agricultores familiares dos municípios atingidos pela forte estiagem ocorrida em 2023. A ação emergencial do Governo de Minas beneficiou mais de 12 mil famílias de agricultores familiares. Ao todo, 254 municípios foram contemplados nas regiões Norte, Noroeste, Central e nos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. A estimativa é que, na primeira safra, sejam colhidas cerca de 720 toneladas de feijão. As entregas das sementes ocorreram em janeiro e os pacotes foram doados para as prefeituras.

Segundo o presidente da Emater-MG, Otávio Maia, a empresa optou por sementes de feijão por ser um alimento muito presente na alimentação dos mineiros e ter um ciclo curto da cultura, que do plantio a colheita leva aproximadamente 75 dias. “Cada 10 quilos de sementes pode produzir cerca de 600 quilos de feijão, na primeira safra. Este feijão poderá ser replantado e gerar um círculo virtuoso, não só garantindo a segurança alimentar, mas também a geração de renda, com a venda do produto colhido”, diz.

Mais produtividade

A orientação dos técnicos da Emater-MG para os agricultores foi que as sementes de feijão distribuídas fossem plantadas em fevereiro ou março, aproveitando o período chuvoso. A variedade doada permite três gerações de plantio. “O feijão é um grão cultivado praticamente por todo agricultor familiar mineiro. No estado, podemos cultivar até três safras: a de verão (primeira safra), a segunda que termina em maio e a safra de inverno”, salienta o coordenador Estadual de Culturas da Emater-MG, Sérgio Regina.

Ele explica que o feijão possui algumas doenças, que se perpetuam pelas sementes como a antracnose e a mancha angular, reduzindo a produção, risco minimizado diante da qualidade das sementes doadas. “Como as sementes adquiridas pela Emater-MG são de excelente qualidade e certificadas, haverá um aumento na produtividade em muitas lavouras da agricultura familiar”, prevê.

Lavoura

A produtora Alzira Fernandes de Aquino, de Luislândia, no Norte de Minas, recebeu 10 quilos de semente de feijão, que foram plantados em duas lavouras, uma em fevereiro e outra em março. “A primeira lavoura deve estar em ponto de colheita nas próximas semanas e a segunda está em floração. Mas as duas plantações vão indo bem”, comemora.

Ela diz que o feijão a ser colhido vai ser usado na alimentação da própria família. “É um produto essencial em casa, todo mundo come, e os preços do mercado andam bem altos”, justifica. Considerando o feijão a um preço de R$ 8/quilo, pode-se dizer que cada uma das famílias beneficiadas poderá obter R$ 20 mil, comercializando 2,5 mil quilos da produção e utilizando outros 500 quilos para consumo, replantio e distribuição.

“O feijão faz parte da cesta básica brasileira, então a agricultura familiar costuma plantar o feijão mais para subsistência. Mas em alguns casos, os produtores vendem os excedentes da produção localmente ou em parcerias como o Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE)”, explica Sérgio Regina.

Foto: Freepik

 

Fonte: Safras e Mercado