Preço do boi gordo acentua alta e sobe mais de 23% no mercado brasileiro

24 de novembro de 2021

Os preços do boi gordo acentuam a alta no mercado brasileiro, refletindo, principalmente, a retenção de gado para abate por parte dos pecuaristas. A notícia de que a China autorizou a entrada das cargas de carne bovina que haviam sido certificadas antes do embargo às exportações, iniciado no dia 4 de setembro, é outro ponto de atenção do mercado que, pelo menos nos contratos futuros negociados na B3, aponta tendência de alta nos preços.

Na terça-feira (23/11), o contrato de boi gordo para novembro, que liquida no fim deste mês, fechou valendo R$ 317,70 a arroba, queda de 0,15%. Para dezembro, o boi foi cotado a R$ 326,30 a arroba, alta de 3,45%. Pelo até abril, o painel da B3, sinaliza preços mais altos. Os vencimentos de janeiro e fevereiro fecharam na casa dos R$ 329 por arroba. Março e abril, na casa de R$ 336, todos com alta em relação ao dia anterior.

Referência para o contrato futuro na B3, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o boi gordo acumula alta de 23,26% neste mês, até a terça-feira (23/11), quando fechou a R$ 316,90 a arroba, com base nos preços praticados no mercado de São Paulo.

A média mensal, até a terça-feira (23/11), é de R$ 290,43 a arroba, quase R$ 30 por arroba em relação à média de outubro (R$ 269,56), mas ainda abaixo dos níveis pré-suspensão das exportações para a China. A média mensal do Cepea em agosto tinha sido de R$ 315,63 a arroba. Em setembro, de R$ 302,05.

A autorização de entrada na China da carne certificada antes do embargo, em 4 de setembro, colocou o mercado em compasso de espera, de acordo com boletim da Scot Consultoria. Com isso, a terça-feira foi de relativa estabilidade nos valores praticados no mercado físico, com a arroba do boi a R$ 315 e a da vaca, a R$ 290 em São Paulo.

“Com a notícia de que as autoridades alfandegárias da China autorizaram a entrada da carne brasileira que tenha recebido o certificado sanitário antes de 4/9, os compradores paulistas aguardaram um posicionamento do mercado para abrir as compras e os vendedores observaram o movimento para ofertar seus animais”, diz o boletim da Scot.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, avaliou a notícia como um primeiro passo para o retorno à regularidade dos embarques e garantiu que as negociações continuam.

Reaquecimento da demanda

Em Mato Grosso, a avaliação do Instituto de Economia Agropecuária do Estado (Imea) é a de que o mercado vive um reaquecimento da demanda. Ao mesmo tempo, a oferta de animais prontos é menor neste mês, depois de um outubro com aumento de 17,93% nos abates em comparação com setembro deste ano, puxado pela liberação dos bovinos de confinamento.

“Para novembro, já é observada uma menor oferta de animais enviados para o abate, uma vez que o produtor tem retido boa parte deles no pasto na expectativa de melhora no preço da arroba, fator que pode resultar em queda no volume abatido em nov.21”, diz o Imea, em boletim semanal divulgado na segunda-feira (22/11).

Só na semana passada, a alta no preço médio do boi em Mato Grosso foi de 9,15%, com a arroba a R$ 280,18. A vaca gorda seguir a tendência, subindo 8,94% e chegando à média de R$ 268,97 a arroba. As escalas de abate no estado passaram de 7 para 9 dias entre a terça-feira (16/11) e a sexta-feira (19/11) da semana passada.

Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo

 

Fonte: Globo Rural