Preço do arroz gaúcho tem declínio em maio e prejudica comercialização

5 de junho de 2023

Os preços do arroz no estado do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, registraram quedas praticamente diárias ao longo do mês de maio, resultando em um ritmo lento de comercialização.

Na região da Fronteira Oeste Gaúcha, a média da saca de arroz (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) recuou 2,7%, passando de R$ 86,65 para R$ 84,31. Na região da Campanha, a queda foi de 1,85%, com a média dos preços passando de R$ 84,47 para R$ 82,91. Já na zona sul gaúcha, as cotações encerraram o mês em R$ 87,63, representando uma queda de 3,06% em relação ao mês anterior.

Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, os preços em declínio no mercado do arroz estão diretamente associados à urgência dos produtores em obter recursos para fazer frente aos pagamentos de custeio que se aproximam. “A desvalorização do dólar em relação ao real nas últimas semanas, juntamente com a pressão exercida por outras commodities, como soja e milho, têm contribuído para essa situação desfavorável”, pondera. Além disso, a menor paridade de exportação, que resulta em uma menor atratividade do produto brasileiro no mercado externo, reforça esse cenário de baixa.

Por outro lado, no cenário externo, os preços do arroz apresentaram alta no último mês. Nos Estados Unidos, o preço médio de exportação registrou um aumento de 0,81%, alcançando US$ 760,00. Na Tailândia, os preços de exportação subiram 2,1%, fechando em US$ 495,77, enquanto no Vietnã houve um avanço de 2,76%, com os preços encerrando cotados a US$ 492,95. No Paquistão, houve uma expressiva alta de 10,57%, passando de US$ 497,22 para US$ 549,77. Na Índia, os preços apresentaram valorização de 2,84%, passando de US$ 443,61 para US$ 456,23.

“Essa tendência de alta nos preços internacionais pode ser atribuída à forte demanda proveniente da Ásia e da África, ao mesmo tempo em que os suprimentos exportáveis estão limitados”, explica o analista. “Este movimento de alta provavelmente se manterá pelo menos até o início da nova safra em junho”, projeta. Além disso, as previsões de colheita para 2023/24 podem ser revisadas para baixo devido ao risco de seca nas principais regiões produtoras da Ásia, decorrente do fenômeno meteorológico El Niño.

Foto: Freepik

 

Fonte: Safras e Mercado