Mercado Brasileiro de Trigo: Negócios Pontuais e Desafios Pós-Catástrofe

9 de maio de 2024

O mercado brasileiro de trigo segue com reportes pontuais de negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os produtores seguem pouco flexíveis em suas pedidas que, em geral, estão acima das ofertas dos moinhos.

No Paraná, os últimos reportes de negócios foram entre R$ 1.350 e R$ 1.400 a tonelada, dependendo da qualidade e do prazo de pagamento. Safra nova paranaense indicada por volta de R$ 1.250/tonelada no FOB. “A percepção dos vendedores é de que, com o aumento da necessidade de importação e com preços internacionais em recuperação, haverá momentos mais atrativos para vender”, disse.

No Rio Grande do Sul, os agentes, de modo geral seguem fora do mercado. “A situação desoladora pela qual passa grande parte da população faz com que seja difícil falar em negócios. O que se sabe é que pelo menos três grandes moinhos estão inundados completamente. Outros, com as operações suspensas devido a fatores logísticos. Ainda é difícil contabilizar os prejuízos e de que forma o quadro de oferta e demanda de trigo e derivados se ajustará após a catástrofe climática. Tudo isso, contudo, tem ficado em segundo plano, pois, o sentimento de solidariedade faz com que a prioridade seja o amparado aos atingidos pelas enchentes”, explicou Bento.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços significativamente mais baixos. Os investidores realizaram lucros após os preços chegarem aos maiores níveis no ano.

O cereal foi pressionado pela previsão de chuvas benéficas nas partes produtoras de grãos da Rússia e dos Estados Unidos. A maior competitividade russa ajuda com a retração, o produto russo foi oferecido mais barato em uma importante licitação de importação do Egito. A melhora nas condições das lavouras norte-americanas e o avanço da semeadura no país também impactaram negativamente.

Além disso, os agentes buscam se posicionar frente ao relatório de maio de oferta e demanda do USDA, que será apresentado nesta sexta-feira (10), deve reduzir os estoques finais do país para a temporada 2023/24.

Conforme traders e analistas consultados por agências internacionais, os estoques finais devem ficar em 689 milhões de bushels, ante 698 milhões estimados em abril. Para 2024/25, são esperados 786 milhões de bushels em maio.

No âmbito global, os estoques finais devem ficar em 258,1 milhões de toneladas em 2023/24, ante 258,3 milhões no relatório anterior. Para 2024/25, analistas esperam 256,9 milhões de toneladas em maio.

No fechamento, os contratos com entrega em julho eram cotados a US$ 6,34 por bushel, baixa de 8,75 centavos de dólar, ou 1,36%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em setembro de 2024 eram negociados a US$ 6,55 por bushel, recuo de 8,75 centavo, ou 1,31% em relação ao fechamento anterior.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,46%, sendo negociado a R$ 5,0907 para venda e a R$ 5,0887 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,0764 e a máxima de R$ 5,1079.

Foto: Freepik

 

Fonte: Safras e Mercado