Com a previsão de ocorrência do fenômeno El Niño neste ano, o Rio Grande do Sul se prepara para enfrentar um aumento nas chuvas na próxima safra. Essa mudança climática pode impactar a escolha dos produtores em relação às culturas a serem plantadas, especialmente em áreas de várzea. A chance de alagamentos pode inviabilizar o plantio de soja, levando os agricultores a darem preferência ao cultivo de arroz.
De acordo com o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Elmar Konrad, em coletiva de imprensa com a Fundação Pró-Sementes para apresentar os resultados do Ensaio de Cultivares em Rede – ECR da safra de soja 2022/23, nesta quarta feira (26), os produtores serão cautelosos ao decidir plantar em áreas de várzea que são mais suscetíveis a alagamentos. Por outro lado, várzeas com boa drenagem devem favorecer a rotação de culturas com o arroz, o que pode ser uma alternativa viável para o período do fenômeno climático.
Konrad afirma que a previsão de chuvas intensas pode mexer nas estratégias de plantio de soja, mas não deve ter impacto significativo na área total destinada à cultura. “Os produtores gaúchos são conhecidos por sua crença e persistência, e mesmo diante de desafios climáticos, não desistem fácil”, enfatizou.
O vice-presidente também alertou para os riscos de aumentar a área de plantio de arroz. Ele ressalta que, quando os produtores aumentam a área plantada em excesso, mais de 20% além da demanda, resulta em uma redução de até 40% no preço do produto.
O superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (SENAR-RS), Eduardo Condorelli, acredita que o ano de El Niño pode devolver áreas de sequeiro que tiveram a produtividade comprometida nas safras anteriores. “Mais importante para a sociedade como um todo do que a área do plantio é o volume de produção”, afirmou.
Produtividade
Conforme informações do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a última safra de arroz alcançou a segunda maior produtividade já registrada no estado. Neste ano, foram 8,79 toneladas por hectare. A autarquia também divulgou dados sobre a soja, que atingiu uma marca histórica de 506 mil hectares de produção, com uma produtividade de 2,58 toneladas por hectare.
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Fonte: Safras e Mercado