Demanda internacional deve estimular produção recorde de soja na safra 2021/2022, diz Conab

26 de agosto de 2021

A manutenção de uma demanda internacional firme pela soja brasileira deve estimular o plantio e levar a produção a um novo recorde na safra 2021/2022. A avaliação foi feita, nesta quinta-feira (26/8), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apresentou, em um webinar, suas primeiras previsões para o novo ciclo agrícola.

A Conab projeta uma colheita de 141,26 milhões de toneladas, 3,9% a mais que o estimado para a safra 2020/2021, com o Brasil liderando a produção mundial, acima de Estados Unidos e Argentina. As plantadeiras devem semear o grão em 39,91 milhões de hectares, 3,6% a mais. A produtividade deve ter aumento de 0,29%, para 3.539 kg por hectare.

“O mercado de soja é extremamente organizado, o produtor é bastante tecnificado e responde prontamente às demandas. Percebemos esse incremento sustentado pela demanda internacional, principalmente quando se fala de países asiáticos”, analisou Fernando Motta, gerente de produção agrícola da Conab.

Para os técnicos, a China deve continuar a demandar o grão, aumentando suas importações e o esmagamento pela indústria local. Impulsionadas por esse aumento e por uma expectativa de câmbio valorizado em 2022, as exportações brasileiras do devem ter incremento de 83,42 milhões para 87,58 milhões de toneladas, o que seria também um novo recorde.

Neste cenário, os preços devem continuar elevados, porém com arrefecimento a partir da entrada da nova safra. No Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, a cotação deve variar entre R$117,60 e R$169,01 a saca de 60 quilos para março de 2022. Com preços próximos aos da última safra e o aumento do custo de produção, a rentabilidade deve ser menor do que na safra 2020/2021.

“Alguns fatores que levam a essa perspectiva são os preços internacionais elevados em 2021, o câmbio atrativo ao exportador, a expectativa de aumento de exportação e de esmagamento interno e mundial, além da boa rentabilidade que o produtor já teve em 2021”, disse Motta.

Milho

A Conab projeta um novo recorde também na produção de milho, de 115,9 milhões de toneladas, aumento de 33,8%, considerando os três ciclos anuais monitorados pela autarquia. A área plantada deve crescer 3%, atingindo 20,6 milhões de hectares.

“Atravessamos um momento de crise de menor disponibilidade e preço elevado, porém com perspectiva de recuperação no médio prazo. Se tudo der certo com o clima, na safra 2021/2022 temos perspectivas de melhora”, disse Motta, lembrando das perdas ocorridas na safra 2020/2021 por causa das condições climáticas desfavoráveis.

Para a primeira safra, a companhia também prevê aumento de 9% na produção, chegando a 27,2 milhões de toneladas. A segunda safra deve totalizar 87,3 milhões de toneladas, incremento de 45%; e a terceira safra é projetada em 1,5 milhão de toneladas, elevação de 5%.

Fernando Motta explicou que os analistas têm debatido os efeitos das perdas da safra passada no consumo de milho. Sua análise é de que não houve retração. “Nós percebemos que não houve retração. O produtor conseguiu sustentar, apesar dos altos preços e a importação facilitou isso. Então, o ajuste de mercado funcionou muito bem, de modo que tem milho disponível. Nós conseguimos comercializar, e não houve crise de desabastecimento”.

Algodão

Puxada pelo crescimento da demanda e controle da pandemia, a produção de algodão deve chegar a 3,950 milhões de toneladas em caroço e de 2,709 milhões de toneladas em pluma, com aumento de área plantada e de produtividade, segundo a Conab. Os cotonicultores devem semear uma área total de 1,548 milhão de hectares, 13,4% a mais.

“O destaque é um cenário de menor oferta, mas com abastecimento garantido e preços sustentados, sem nenhum problema maior”, destacou o economista e analista de mercado da Conab, Bruno Nogueira.

As exportações devem continuar aquecidas, com previsão de 2 milhões de toneladas em 2022. Cerca de 34% da safra 2021/2022 já foi comercializada. Os preços devem se manter em patamares elevados, por conta do déficit na produção global, recuperação da demanda, dólar elevado e menor oferta na última safra.

“A nossa perspectiva para a safra 2021/2022 é para a recuperação dessa área motivados pelos elevados preços internacionais, dólar valorizado, alta rentabilidade, comercialização antecipada e a fidelização de clientes internacionais”, comenta Nogueira.

Novo recorde

No total, a Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma safra de grãos de 289,6 milhões de toneladas para o ciclo 2021/2022. Se confirmado, será um novo recorde. As projeções divulgadas nesta quinta-feira se baseiam nas culturas de soja, milho, arroz, feijão e algodão, que, juntas, correspondem a 94% da colheita nacional.

As exportações devem continuar aquecidas, com previsão de 2 milhões de toneladas em 2022. Cerca de 34% da safra 2021/2022 já foi comercializada. Os preços devem se manter em patamares elevados, por conta do déficit na produção global, recuperação da demanda, dólar elevado e menor oferta na última safra.

“A nossa perspectiva para a safra 2021/2022 é para a recuperação dessa área motivados pelos elevados preços internacionais, dólar valorizado, alta rentabilidade, comercialização antecipada e a fidelização de clientes internacionais”, comenta Nogueira.
Novo recorde

No total, a Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma safra de grãos de 289,6 milhões de toneladas para o ciclo 2021/2022. Se confirmado, será um novo recorde. As projeções divulgadas nesta quinta-feira se baseiam nas culturas de soja, milho, arroz, feijão e algodão, que, juntas, correspondem a 94% da colheita nacional.

Foto: José Medeiros/Ed. Globo

 

Fonte: Globo Rural