Decisão dos estados em adotar emergência zoossanitária contra gripe aviária é importante para assegurar sanidade

26 de julho de 2023

Atendendo as recomendações Ministério da Agricultura e Pecuária, após reunião realizada na quinta-feira (20) com os governadores estaduais, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia (que já tiveram registros de gripe aviária), juntamente com Tocantins e Mato Grosso do Sul decretaram estado de emergência zoossanitária, na tentativa de conter a propagação da enfermidade. A medida tem validade de 180 dias.

Para o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, a decisão tomada por esses estados em termos de emergência sanitária é importante para assegurar a sanidade. “A medida visa desburocratizar o acesso a verbas para que os estados possam se precaver contra a doença. É interessante também que todos os estados podem ingressar com esses pedidos”, comenta.

Iglesias salienta que a decisão tomada pelo Tocantins, por exemplo, foi bem interessante, uma vez o estado possui áreas que servem de rota para a passagem de aves migratórias. “Todo o cuidado é importante com relação a gripe aviária, mas sem que se entre em pânico”, avalia.

O estado de emergência zoosanitária permite aos governos agilizarem processos e adotar medidas mais efetivas no combate à doença. Além disso, possibilita a mobilização de recursos da União e a coordenação com outros ministérios e entidades governamentais em âmbito federal, estadual e municipal, bem como não governamentais.

O governo federal já havia declarado emergência zoossanitária em todo o território nacional em 22 de maio, o que possibilitou a liberação de R$ 200 milhões em recursos direcionados para ações de controle e combate à influenza.

O Brasil contabiliza, até o momento, 67 casos de gripe aviária da alta patogenicidade em sete estados, sendo 65 em aves silvestres e dois em aves de subsistência (fundo de quintal). Outros seis casos estão sendo investigados.

O Espírito Santo segue com 29 casos, sendo 28 em aves selvagens e um em ave de fundo de quintal. O Rio de Janeiro somou mais dois registros e conta com 15 focos em aves selvagens. São Paulo registrou mais um foco, somando agora nove casos confirmados. O Paraná também possui sete focos confirmados da doença. A Bahia segue com quatro ocorrências. Santa Catarina registra dois casos, sendo um em ave selvagem e um em ave de fundo de quintal. O Rio Grande do Sul continua com um caso registrado.

Do número total de focos confirmados até agora no Brasil, 63 já foram encerrados e quatro seguem em andamento, sendo um no Rio Grande do Sul e três no Espírito Santo.

O Mapa segue alertando a população para que não recolham as aves que encontrarem doentes ou mortas e acionem o serviço veterinário mais próximo para evitar que a doença se espalhe.

O Brasil permanece com status de livre da influenza aviária de alta patogenicidade segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) já que nenhum caso foi identificado em aves comerciais, do setor produtivo.

Missão no Japão pelo Mapa e ABPA

Iglesias destaca que a missão comandada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e que será realizada no Japão nessa semana é bem importante para tentar reverter as suspensões das compras adotadas por este mercado para carne de aves, aves vivas e ovoprodutos do Espírito Santo e de Santa Catarina, estados que diagnosticaram casos de gripe aviária em aves de fundo de quintal. “A expectativa é de que as autoridades brasileiras consigam convencer os japoneses a reverter essa decisão, uma vez que ela é contrária às diretrizes tomadas pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OMSA) com relação à enfermidade”, conclui.

Foto: Freepik

 

Fonte: Safras e Mercado