Cafeicultor adota cautela e aguarda bases de preço mais altas, avalia Carvalhaes

12 de julho de 2021

Depois da passagem da frente fria sobre os cafezais do Brasil, o clima é de cautela no setor, avalia o Escritório Carvalhaes, em boletim de mercado. De acordo com a empresa, sediada em Santos (SP), em ano de seca e de safra baixa, os cafeicultores aguardam bases de preços mais altas que as atuais quem, nos cafés de melhor qualidade, tem variado de R$ 880 a R$ 940 a saca de 60 quilos.

“Em plena colheita, eles sabem melhor do que ninguém o que está acontecendo com a produção brasileira de café deste ano. Também sabem que os estoques de passagem são baixíssimos, estão praticamente zerados”, avalia o Escritório Carvalhaes, no boletim.

Na visão da empresa, os fundamentos de alta de preços continuam robustos. As expectativas relacionadas à safra brasileira no início dos trabalhos de colheita não devem se confirmar e os volumes tirados dos cafezais devem ser menores que os previstos inicialmente. Além disso, com o impacto da seca nos cafezais, já há preocupações com a próxima safra de café.

“As informações que chegam sobre a nova safra brasileira de conilon apontam para um volume final abaixo das expectativas do mercado no início dos trabalhos de colheita. Os fundamentos de alta do mercado continuam robustos, os mesmos que levaram à escalada dos preços nos últimos meses, e apontando para um ano safra 2021/2022 com dificuldades para o abastecimento do mercado brasileiro e mundial de café”, diz o Escritório Carvalhaes.

No mercado internacional, a semana foi turbulenta para os negócios, destaca a empresa, com semana mais curta de operações em Nova York, em função das comemorações da independência dos Estados Unidos, e com dias de queda generalizada para commodities agrícolas. Além da influência do mercado de câmbio.

“No mercado físico brasileiro, com Nova Iorque e dólar oscilando bastante no decorrer da semana, foi difícil a formação de preços em reais”, resume o boletim. “O mercado mostrou sempre interesse comprador, mas o valor das ofertas não estimulou os vendedores”, acrescenta.

Em meio a este cenário, um cereja descascado de bom preparo era encontrado a valores entre R$ 890 e R$ 940 a saca de 60 quilos. Um café fino a extrafino da região da Mogiana ou de Minas variou entre R$ 880 e R$ 910.

Foto: Reuters

 

Fonte: Globo Rural