Brasil importou 14% mais fertilizantes no 1º semestre

8 de julho de 2022

Impulsionadas pelo cloreto de potássio, as importações totais de fertilizantes cresceram 14% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado, somando um total de 17,8 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pelo Itaú BBA, em relatório de mercado. As compras foram maiores mesmo com as sanções impostas à Rússia em decorrência da guerra na Ucrânia, que teve início no fim de fevereiro.

De acordo com o relatório, as importações provenientes de Rússia e Belarus continuaram chegando ao Brasil dentro da normalidade. No primeiro semestre de 2022 foram registradas 4,3 milhões de toneladas em compras vindas dos russos e 950 mil toneladas dos bielorrussos, volumes parecidos com os do mesmo período de 2021. No acumulado do ano até junho, a Rússia originou o maior volume de adubo para o Brasil, representando 24% do total importado.

Para que os estoques de passagem no final de 2022 sejam semelhantes aos observados em 2018 e que as entregas ao mercado sejam próximas às de 2021, ainda são necessárias importações de 20,5 milhões de toneladas até o final do ano.

“Para isso, é importante a continuidade do bom fluxo de importações dos fertilizantes, como foi registrado no primeiro semestre de 2022. Além disso, também vale acompanharmos o fluxo de internalização dos produtos dos portos para os locais de consumo no interior do país”, informa o relatório.

Em junho, foram importadas 1,6 milhão de toneladas de cloreto de Potássio, volume 61,2% maior que o obtido no mesmo mês do ano passado. No acumulado até o sexto mês de 2022, o Canadá foi a principal origem do produto importado, seguido por Rússia e Belarus. “Pela concentração da produção e exportação nesses três principais países, sendo que Rússia e Belarus vêm sofrendo com sanções, será importante observarmos o volume a ser desembarcado e os preços a serem praticados do KCl no país nos próximos meses.”

Como esperado, o volume importado de nitrato de amônio no acumulado do semestre foi 48% menor do que o mesmo período de 2021, causado principalmente pela redução do volume proveniente da Rússia, decorrente do bloqueio das exportações realizadas em fevereiro, medida tomada pelo governo russo na época para abastecer a demanda doméstica. No acumulado até junho, a Rússia perdeu para a Holanda o posto de maior fornecedor de nitrato de amônio.

A importação de fosfato monoamônio (MAP) em junho foi 3,9% maior que em junho de 2021. E, no primeiro semestre, as compras externas foram 7,9% maiores que no mesmo período do ano passado. De acordo com o relatório, 46% do volume importado de MAP foi originário da Rússia, um avanço visto que no primeiro semestre de 2021 o país foi responsável por 41% do fornecimento do produto ao Brasil. E, em junho, as importações de uréia foram 15,8% menores que no mesmo mês do ano passado, registrando 523 mil toneladas.

Foto: Reuters

 

Fonte: Globo Rural