Brasil está próximo de se tornar terceiro maior exportador mundial de carne suína

9 de novembro de 2023

O Brasil está próximo de se tornar de se tornar o terceiro maior exportador global de carne suína, superando o Canadá, segundo a avaliação do consultor de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, em palestra durante a PorkExpo LATAM 2023, em Foz do Iguaçu (PR). Hoje o país já é líder mundial na exportação de carne bovina e de frango, embarcando grandes volumes para a China.

Ele ressalta, porém, que a queda dos preços globais das proteínas de origem animal vem impactando a receita das exportações brasileiras. A recuperação da economia e da suinocultura chinesa, na avaliação de Iglesias, são fundamentais para que haja novamente um movimento de alta nas cotações.

Em termos econômicos, a política monetária usada pelos grandes países ao longo do ano para conter a inflação tem sido a alta dos juros, embora o Brasil comece a adotar uma posição contrária, com um movimento de redução das taxas. O real se mostra mais desvalorizado, o que é positivo para o Brasil, embora seja preciso ficar de olho nas guerras entre Ucrânia e Rússia e no conflito no Oriente Médio, pois podem acabar mexendo nos preços do petróleo, o que acaba influenciando no preço das commodities.

No que tange ao mercado, Iglesias comenta que outubro foi acomodado para a suinocultura, a exemplo do boi, muito embora no último bimestre se espere que a demanda aquecida possa trazer um maior valor agregado aos preços. Outro ponto de atenção leva em conta a queda nos custos com o menor valor do milho e da soja, muito embora os produtores ainda possam contar com proteínas alternativas e de menor valor, como o sorgo e o trigo de baixo padrão.

O consultor ressalta que a suinocultura vivenciou muitos investimentos ao longo de 2020 e 2021, que estão trazendo resultados agora em 2023 e em 2024, por conta do ciclo mais longo da atividade, o que explica a continuidade da expansão produtiva.

Iglesias faz o alerta que a Influenza Aviária no Brasil, bem controlada até agora pelas autoridades sanitárias, poderia ser um fator bastante prejudicial em caso de confirmação de casos na avicultura comercial, desequilibrando ainda mais os preços internos e afetando a carne suína.

Tendências para 2024

Para 2024, Iglesias aposta em uma produção recorde de frango e suíno, com os setores apostando na diversificação e na busca por novos mercados. Tende a ocorrer também uma menor oferta de carne bovina, elevando os preços e permitindo um ganho de mercado para a carne suína.

No que tange a abates, o Brasil deve alcançar um volume de 48,9 milhões de cabeças no próximo ano, 1,30% a mais do que em 2023. O alojamento de matrizes, por sua vez, deve chegar a 2,024 milhões de cabeças. Nas exportações, a expectativa de SAFRAS & Mercado é de que o volume cresça 5,8% e atinja 1,256 milhão de toneladas. A produção deve avançar 2,5% e atingir 5,343 milhões de toneladas. Já a disponibilidade interna, de acordo com Iglesias, tende a chegar a 4,087 milhões de cabeças, com incremento de 1,6% frente a este ano.

Foto: Freepik

 

Fonte: Safras e Mercado