ARROZ: granja colheu 292,7 sacos/ha

18 de junho de 2021

A colheita do arroz da safra 2020/21 está praticamente encerrada no Rio Grande do Sul e os resultados superaram as previsões iniciais. A temporada terminou com uma produtividade média de 9.010 quilos por hectare, que resultou em 8.523.429 toneladas colhidas no estado, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). O clima favorável, com situações pontuais de estiagem, e a aplicação de novas tecnologias foram determinantes para o sucesso da colheita. Tudo isto durante a pandemia do COVID-19, que entre outras coisas, tem ressaltado o papel fundamental do agronegócio na economia brasileira e o rol do Brasil como fornecedor seguro de alimentos para o mundo.

Outro fator determinante é a tecnologia aplicada nas sementes, considerada um dos insumos mais importante na agricultura – e de maior valor agregado. E foi por apostarem em um híbrido de alta performance que produtores de arroz contabilizaram uma produtividade excepcional que, em alguns casos, ultrapassou os 14 mil quilos por hectare.

Uma dessas propriedades está localizada em Rio Grande, no Sul do estado. “A nossa produtividade foi excelente, numa área de 548 hectares colhemos uma média de 260,86 sacas/ha, seco e limpo. Em alguns talhões, essa média subiu para 292 sacos/ha ou perto de 15 mil quilos/ha. Trabalhamos com sementes de grande capacidade de perfilhamento e qualidade de grãos premium, isso é muito importante para o mercado interno e o externo também”, relata Jorge de Barros Iglesias, diretor agrícola da Granjas 4 Irmãos, que utilizou o híbrido XP117, da RiceTec.

A safra, recém-encerrada, foi marcada pelo lançamento comercial do XP 117, um híbrido convencional de alto potencial produtivo e ciclo médio (aproximadamente 130 dias), boa qualidade dos grãos, alto vigor inicial, capacidade de perfilhamento e tolerante ao acamamento e às principais doenças do arroz. “Na safra passada, testamos em uma área e já identificamos um resultado diferenciado no talhão utilizado. A qualidade foi muito boa, um grão sem barriga branca, sem gesso, baixo índice de defeitos e boa cocção. Tem mercado bom para ele, por isso passamos a usar comercialmente. E na próxima safra vamos aumentar ainda mais a área cultivada com esse híbrido”, revela Iglesias.

O XP117 é o primeiro de uma nova geração de híbridos que estão sendo desenvolvidos pela equipe da pesquisa da RiceTec, sediada em Santa Maria e Capão de Leão, no RS. Conforme o diretor de pesquisa da RiceTec, Edgar Torres, o XP117 tem sido avaliado na rede de ensaios desde a safra 2017/18 com excelentes resultados no que se refere à produtividade e à qualidade dos grãos. “A nossa missão é promover a sustentabilidade na produção de alimentos por meio de tecnologias presentes na semente do arroz. Neste sentido, a maior produtividade permite obter uma maior quantidade de arroz na mesma área e com a mesma quantidade de insumos, contribuindo desta forma com a ecoeficiência da cultura”, saliente Torres.

A RiceTec é uma das empresas do setor que mais investe em pesquisa e no lançamento de novas cultivares. Anualmente, são aplicados mais de R$ 8 milhões para estas finalidades. Em média, uma semente híbrida, com valor comercial, leva de oito a doze anos para ser desenvolvida e requer um grande investimento até ser finalizada. Os resultados são vistos nos arrozais.

“Os 1.820 hectares com o XP 117 comercializados pela RiceTec, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, produziram na média 12.497kg/ha na safra 2020/21. Seis produtores ultrapassaram os 14 mil quilos por hectare limpo e seco. O desempenho foi excelente nas diferentes regiões do estado, isso mostra a potencial produtivo da nova cultivar”, revela Marlon Scursone, coordenador de negócios no Brasil da RiceTec Sementes. “Foi um ciclo com má distribuição de chuva e algumas regiões tiveram dificuldades devido à pouca água, mesmo assim o XP 117 demonstrou excelente performance e grande estabilidade produtiva, apesar das condições adversas. Isso é muito representativo para um primeiro ano comercial”. O engenheiro agrônomo elenca outras vantagens do híbrido: “Ele tem bom rendimento de grãos inteiros, em média 62%, baixa área gessada, alto teor de amilose e baixa temperatura de gelatinização, características desejáveis para uma excelente cocção”.

Os investimentos da empresa em pesquisa – e os posteriores lançamentos de híbridos com tecnologia de ponta no mercado, com eficiência comprovada e resultados positivos nas próprias lavouras – são vistos com bons olhos pelos produtores.“A pesquisa da RiceTec oferece materiais de qualidade e produtividade. No caso do XP117, a semente tem vigor híbrido, aguenta uma adubação alta, não debulha e perfilha bastante. A planta tem uma arquitetura muito boa, basta um manejo rigoroso e bem feito. Fazendo as coisas na hora certa e dentro das técnicas agronômicas, você chega a esse resultado”, complementa o diretor agrícola da Granjas 4 Irmãos, Jorge Iglesias. “É um material que, economicamente, dá um bom retorno e vale o investimento, pois o incremento de produtividade compensa. Para a próxima safra, a tendência é aumentarmos a área com ele”.

O dirigente da RiceTec celebra a aprovação e o sucesso do novo híbrido e revela que outras pesquisas estão adiantadas. “O XP117 híbrido convencional já mostrou um excelente potencial e, muito em breve estará disponível nas plataformas FullPage e Max-Ace também”, adianta Scursone.

Foto: Pixabay

 

Fonte: Agrolink