Alta no preço do milho impulsiona integração lavoura-pecuária no Brasil

19 de julho de 2021

O cenário desfavorável para os custos de produção da pecuária nos últimos meses tem despertado a atenção para um sistema produtivo famoso, mas ainda pouco adotado no país: a integração-lavoura pecuária (ILP).

Implantada em pastagens degradadas, a tecnologia desenvolvida pela Embrapa no início dos anos 1990, tem contribuído para reduzir os custos com reforma de pastagens e alimentação animal num ano em que os principais grãos usados na ração, milho e farelo de soja, bateram recordes históricos de preço.

“Embora eu não consiga quantificar o quanto está crescente, existe essa sensação. Inclusive conversando com outros colegas da Embrapa Gado de Corte, por exemplo, eles têm recebido muito mais demanda querendo fazer agricultura do que nós aqui da Embrapa Milho e Sorgo”, conta o pesquisador Emerson Borghi, ao relatar que até mesmo pecuaristas mais tradicionais passaram a procurar a empresa para adotar a tecnologia.

Segundo dados do Banco Central, as contratações do Plano ABC para recuperação de pastagens e para implantação de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta cresceram, respectivamente, 54,7% e 70% nos últimos dois anos.

Em Mato Grosso, Estado com a maior produção de carne bovina do país, a sensação é compartilhada pelo diretor técnico da Associação de Criadores do Estado, a Acrimat.

“A gente percebe – e já vem vindo de uma crescente – o grande interesse nas áreas de aptidão para agricultura”, conta Chico Manzi. Segundo ele, alguns pecuaristas têm arrendado parte das suas terras para fazer a integração com a lavoura, atentos à nova realidade do mercado.

Foto: Marcelo Curia/Ed. Globo

 

Fonte: Globo Rural