Os preços de hortaliças no atacado caíram em julho, informa levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Batata, cenoura, tomate e alface tiveram queda em algumas das principais centrais de abastecimento do país, de acordo com o Boletim Prohort. A cebola foi a exceção na cesta analisada pelos técnicos, com elevação de preços no mês passado.
A pesquisa é baseada nos produtos de maior comercialização nas Ceasas e que têm maior peso na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial do governo. O levantamento é feito em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Brasília (DF), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Rio Branco (AC).
A maior queda entre as hortaliças analisadas foi registrada no preço do tomate. Na média nacional, houve baixa de 25,06%, com o quilo valendo R$ 2,81. Onde o preço do tomate baixou mais foi em Recife: 44,76%, com o quilo cotado a R$ 2,11. Depois, aparece Belo Horizonte, com retração de 38,98%, a R$ 1,91 o quilo. A única alta foi registrada em Rio Branco, com o quilo do tomate valendo, em média, R$ 8 (+129,23%).
Segundo a Conab, o movimento de baixa do tomate vem ocorrendo desde o último pico de alta, registrado em meados de abril. “A oferta se manteve em elevação. Os danos e perdas causados pelas chuvas do final de 2021 e início de 2022 foram superados, com as áreas produtoras ofertando de forma suficiente para atender a demanda”, dizem os técnicos.
Já os preços da alface recuaram em quase todas as praças analisadas. Exceção feita a Fortaleza, com alta de 5,63% (R$ 7,50 o quilo) e Brasília, com aumento de 4,57% (R$ 5,03). Nas demais, a maior baixa foi registrada em Recife, de 55,42% (R$ 4,85), seguido por Belo Horizonte, onde houve baixa de 36,11% (R$ 5,67). Na média nacional, a alface caiu 15,49%, a R$ 4,09 o quilo.
“Oferta também diminuiu principalmente nos mercados da região Centro-Oeste. A demanda ficou reduzida pelo período de férias escolares. Tendência de alta de preços em agosto nas Ceasas do Nordeste devido as chuvas intensas na região produtora”, informa a Conab, no relatório.
O preço médio da batata caiu 16,3% nas principais centrais de abastecimento do país, ficando a R$ 2,41 o quilo. A maior baixa foi registrada em São Paulo, de 27,25%, a R$ 2,91 o quilo. Exceção, a Ceasa de Brasília foi a única em que o produto subiu de preço, valendo R$ 1,81 o quilo (+2,26%)
Os técnicos da Conab ressaltam que a batata vem em tendência de queda desde o mês de maio, depois de um período de alta no início do ano. “A safra da seca ainda no mercado e a entrada da safra de inverno fizeram com que a oferta permanecesse em níveis elevados, bem como o perfil dela modificasse, tornando o Centro-Oeste e o Sudeste como os principais abastecedores”, informa o Boletim Prohort.
Já a cenoura teve preço médio 12,75% menor na comparação entre julho e junho. O quilo do produto nas principais Ceasas do país foi, em média, de R$ 2,05. A maior baixa foi registrada no Rio de Janeiro, de 19,08% com a cenoura custando R$ 2,63 o quilo. Em Brasília, houve aumento de 5,56%, com o quilo do produto custando R$ 2,09.
“A oferta vem se mantendo em patamares elevados, pois os estados produtores aumentaram seus envios aos mercados, não mais pressionando a oferta mineira”, explicam os técnicos da Conab.
Já a cebola seguiu tendência contrária das demais hortaliças analisadas pelo Prohort. A média nacional em julho foi 3,04% maior que a de junho, com o quilo valendo R$ 3,42. O aumento foi puxado pela Ceasa de Brasília, onde a cebola ficou 20,06% mais cara no atacado e passou a valer R$ 4,19 o quilo. A maior baixa foi registrada em Vitória: 12,5% com a cebola valendo R$ 3,5 o quilo.
“Os preços em relação a julho de 2021 estão bastante elevados. A boa qualidade produto e a menor oferta advinda do Nordeste pode estar segurando os preços da cebola em nível mais altos”, avalia a Conab.
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Fonte: Globo Rural