AGCO vai investir R$ 340 milhões para ampliar unidades no Brasil

15 de julho de 2022

Com uma previsão de crescimento de 5% a 6% nas vendas de máquinas agrícolas este ano, a multinacional AGCO, detentora das marcas de tratores Massey Ferguson, Fendt e Valtra, anunciou um investimento de R$ 340 milhões nos próximos dois anos para expansão das suas operações no Brasil. Os recursos serão aplicados majoritariamente na unidade em Mogi das Cruzes (SP), onde será ampliada a capacidade de montagem de tratores pesados, com mais de 400 cavalos, e em Ibirubá, no Rio Grande do Sul, para a fabricação dos novos modelos da plantadeira Momentum, lançada em 2019.

“A gente vai, em um ou dois anos, introduzir modelos que complementem a linha Momentum para assim conseguir atender não só os agricultores do Brasil como também de outras regiões do mundo. E isso, obviamente, inclui o aumento de mão de obra”, revelou o gerente geral da AGCO na América do Sul, Rodrigo Junqueira.

Os investimentos também incluem a ampliação de 42 mil para 57 mil metros quadrados do centro de distribuição de peças em Jundiaí, também em São Paulo. “É uma estrutura grande que permite que a gente esteja preparado para atender o produtor seja com produtos ou peças”, completou Junqueira, em entrevista coletiva concedida por executivos da companhia, em Brasília (DF).

A ampliação do Centro de Distribuição ocorre num momento em que o setor enfrenta dificuldades para obter componentes e peças no mercado internacional, reflexo de uma crise logística e do choque na oferta de insumos industriais causado pela pandemia e agravado pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

“A ampliação de Jundiaí é pura e simplesmente desenhada para suportar a máquina que está no campo, o crescimento que a nossa empresa enfrenta hoje, toda questão de novos lançamentos que a gente tem e ter a disponibilidade mais eficiente ainda do que a gente já tem hoje para o nosso agricultor”, destacou o executivo, ao negar que a ampliação esteja relacionada à falta de suprimentos no mercado mundial.

“Hoje a gente já está entre o primeiro ou segundo melhor fabricante com disponibilidade e qualidade no atendimento. E a gente gostaria de fazer todo esse movimento para ficar em primeiro lugar. Então ela [a ampliação] não é relacionada a falta de suprimentos, mas com o quão eficiente a gente consegue ser para atender toda a América do Sul”, completou Junqueira.

A perspectiva da empresa é otimista para o mercado brasileiro de máquinas agrícolas, mesmo em um cenário de aumento de custos e elevação das taxas de juros dos financiamentos. “Se olhar o que aconteceu ano passado, o recurso do Finame acabou em setembro. [O Plano Safra] saiu e julho e final de setembro não tinha mais recursos. E o mercado de máquinas agrícolas continuou rodando, os financiamentos continuaram surgindo de outras linhas de crédito”, ponderou o vice-presidente sênior da AGCO, Luis Felli.

Segundo ele, o produtor está mais capitalizado e os bancos privados estão participando mais do financiamento da agropecuária. Fatores que são positivos para o mercado. “Esse agricultor, claro que vai sempre procurar os financiamentos disponíveis, mas há um contexto em determinadas regiões ou perfis de produtores que estão satisfeitos com o tamanho do seu negócio. Então quando ele vai renovar uma máquina muitas vezes ele já tme um caixa disponível porque os últimos anos têm sido bons para agricultura brasileira e ai ele compra com recurso próprio. Então você tem um balanço dessas duas coisas. E o fato de que nós temos hoje bancos privados com linhas de crédito competitivas diminui a dependencia especificamente a dependência do crédito que vem do Moderfrota”, conclui Felli.

Foto: Divulgação/AGCO

 

Fonte: Globo Rural