55% dos brasileiros deixaram de comer carne vermelha por causa da inflação

15 de junho de 2022

A combinação entre inflação e desemprego, com perda do poder de compra da população, levou mais da metade dos brasileiros a cortar a carne vermelha, da sua lista de compras. Segundo pesquisa realizada pela FSB Pesquisas a pedido do banco BTG Pactual, 55% dos entrevistados afirmaram ter deixado de consumir esses cortes devido à inflação nos últimos três meses.

Segundo o IPCA, índice oficial de inflação do país, a alta acumulada em 12 meses de alguns cortes, como fígado, contra-filé e alcatra passa dos 10%. Já alimentação dentro de casa teve aumento de 16,36%. O levantamento, realizado no contexto de uma pesquisa de intenção de votos para as eleições presidenciais deste ano, ouviu 2 mil pessoas entre os dias 10 e 12 de junho de 2022 e apontou que, em média, os brasileiros deixaram de consumir quatro produtos devido à inflação.

No caso de frutas, legumes e verduras, 35% dos entrevistados afirmaram ter cortado esses produtos de suas dietas. Outros 21% cortaram a carne de frango e 13% o arroz e feijão. A pesquisa mostra ainda que o corte no consumo de alimentos foi mais agudo entre pessoas mais velhas e de menor escolaridade. No caso da carne vermelha, por exemplo, o percentual de pessoas que afirmou ter abandonado o consumo devido à inflação foi 18,2% maior entre aqueles com ensino fundamental e 10,9% menor entre os que declararam ter completado o ensino médio ou superior.

O corte no consumo de frutas, legumes e verduras também foi maior entre a população de menor escolaridade. Enquanto 43% dos que possuem até o ensino fundamental cortaram esses itens da sua dieta, apenas 26% dos entrevistados com ensino superior fizeram o mesmo movimento. No caso da carne de frango, essa diferença é ainda maior: 29% entre os que possuem até o ensino fundamental e 13% entre os que possuem ensino superior completo.

Realizada no âmbito de uma pesquisa eleitoral, a sondagem relaciona o corte de itens de consumo e a intenção de voto dos entrevistados. Entre os que não deixaram de consumir nenhum produto nos últimos três meses, o candidato da situação, Jair Bolsonaro, tem 78% das intenções de voto. Já entre os que deixaram de consumir entre 1 e 5 produtos, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 45% das intenções de voto, percentual que sobe para 68% entre os que deixaram de consumir 6 ou todos os dez produtos a analisados, que incluem ainda combustíveis, remédios, produtos de higiene, de limpeza, roupas e refeições fora de casa.

Foto: Thinkstock

 

Fonte: Globo Rural