Produção de açúcar no Centro-Sul deve aumentar

10 de junho de 2021

Analistas consultados pela S&P Global Platts apontam que a moagem de cana-de-açúcar deve ter um pequeno aumento na segunda quinzena de maio. O Centro-Sul deve moer 2,590 milhões de toneladas, avanço de 1,3% Se essas estimativas estiverem corretas, este será o maior volume histórico de açúcar produzido para a segunda quinzena de maio.

O aumento do açúcar pode ser atribuído principalmente ao forte clima seco na região Centro-Sul, que foi convertido em um aumento do ATR, o açúcar total recuperável da cana. Muitos produtores da região postergaram o início da moagem 2021/22 com o objetivo de aumentar a produtividade após quase um ano de chuvas abaixo da média normal na região.

De acordo com a pesquisa, o ATR deve aumentar para 136,52 kg por tonelada, contra 133,83 kg em maio de 2020. Se essa estimativa estiver correta, será o maior ATR para o período desde a safra 2006-07, quando foi registrado 137,7kg por tonelada. A quantidade de cana moída no segundo semestre de maio deve totalizar 43,04 milhões de toneladas, um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior, de acordo com o levantamento, comprovando que as usinas do Centro-Sul já estão em pleno funcionamento.

Caso se confirme a previsão, a moagem acumulada de cana na safra 2021/22 será de até 129 milhões de toneladas. Dos 12 analistas pesquisados, a estimativa de esmagamento da cana variou de 40,03 milhões de toneladas a 44,2 milhões de toneladas. A UNICA deve divulgar seus números oficiais de produção nos próximos dias.

Açúcar e etanol

A proporção da cana usada para a produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil no segundo semestre de maio deve ser um pouco menor do que no ano anterior em 46,2%, ante 47,26% em 2020, de acordo com a pesquisa. A forte preocupação do mercado com a disponibilidade do etanol anidro e a constante alta do preço do biocombustível podem ser os principais motivos que levaram à decisão do mix de açúcar no período.

Apesar do mix de açúcar pontual menor no ano, os produtores devem continuar maximizando a produção da commodity, uma vez que o adoçante ainda está pagando um prêmio no mercado de exportação em relação ao etanol hidratado no mercado interno.

Combinando a expectativa de maior volume de cana moída e ATR, com ligeiro aumento da mistura de etanol para 53,8% ante 52,74% no ano anterior, o volume total de etanol produzido deve aumentar 3,3% no ano, para 1,88 bilhão de litros.

A produção de etanol hidratado – usado como biocombustível autônomo E100 no Brasil – é esperada em 1,23 bilhão de litros no segundo semestre de maio, alta de 0,7% no ano, enquanto a produção de etanol anidro durante o período deve chegar a 643 milhões de litros, um aumento de 20,6% ao ano.

O anidro é usado a uma taxa de mistura obrigatória de 27% na gasolina brasileira e os estoques apertados no país têm incentivado os produtores a transferir uma proporção maior da produção total de etanol para o anidro.

Foto: Marcel Oliveira

 

Fonte: Agrolink