Pitaia ganha espaço no Brasil

7 de junho de 2021

A pitaia, conhecida popularmente como fruta do dragão, é uma fruta exótica não convencional que possui um alto valor agregado, graças ao seu elevado potencial nutricional e sabores únicos. Entenda como essa planta de fácil cultivo e propagação vem conquistando o mercado nacional e internacional e qual o seu potencial na agricultura brasileira.

É uma planta originária da América Central, e encontrada em diversas regiões do mundo. Ela foi introduzida recentemente no Brasil, na década de 90, com o seu cultivo concentrado no estado de São Paulo. Segundo dados do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro, a comercialização da pitaia teve início apenas em 2005 e São Paulo continua sendo o estado de maior destaque, tanto pelo cultivo quanto pelo volume comercializado. Outros estados que também se destacam são Santa Catarina, Minas Gerais, Pará.

Países como Estados Unidos e Europa apresentam um mercado com expressiva receptividade dos consumidores pela pitaia. No mercado, a pitaia geralmente é consumida in natura, mas já é possível ser encontrado no mercado diversos subprodutos derivados de seu processamento, como sorvetes, geléias, bebidas e sucos ou óleos da semente.

Atualmente o preço do quilo da pitaia pode chegar ao consumidor final a quase R$50,00. Os frutos apresentam um peso médio de 200 a 600 gramas, mas podem chegar até a 1 quilo. Além disso, da planta se consome quase tudo: além do fruto, os cladódios (nome do caule modificado para maior armazenamento de água presente na família das cactáceas) como também as flores que são utilizadas como alimentos não convencionais

A pitaia pode ser considerada uma superfruta, devido a quantidade de vitaminas B, C e E, além de minerais, como ferro, cobre e zinco. Também possui propriedades antioxidantes pela presença de compostos fenólicos e betalaínas.

Desta forma, essa capacidade antioxidante preserva as células do organismo, combatendo os radicais livres. Isso resulta em uma série de benefícios para a saúde como atividades anticâncer, cardiovasculares entre outras.

O cultivo 

Da família das cactáceas, a pitaia é uma planta que apresenta certa rusticidade e tolerância a condições adversas como seca, salinidade e frio. Entretanto, é quando ela é cultivada nas condições ideais de clima, solo e umidade que vai expressar seu máximo potencial produtivo.

A safra pode durar até 8 meses dependendo do local de cultivo, com a produção concentrada entre os meses de dezembro a maio. Além disso, a cultura pode levar até 5 anos para atingir seu máximo potencial produtivo, quando alcança a média de 10 a 30 toneladas por hectare, dependendo da técnica de cultivo e condições edafoclimáticas (clima, tipo de solo, temperatura, a umidade do ar, quantidade de chuvas, etc.).

Dentre as principais espécies cultivadas no mundo destacam-se:
•    Hylocereus undatus (casca rosa e polpa branca): 71,5 %;
•    Hylocereus costariensis (casca e polpa vermelhas): 20,75%;
•    Selenecereus megalanthus (casca amarela e polpa branca): 7,8%.

Por ser uma planta com hábito de crescimento trepador, geralmente a pitaia é plantada e conduzida em algum tipo de apoio, como um mourão. As condições ideais para o cultivo da espécie são solo bem drenado, levemente ácido e com um percentual alto de matéria orgânica de cerca de 7%. A temperatura ideal é entre 18 a 26 °C e a precipitação de1200 a 1500 mm/ano.

Com dois anos após o plantio, a cultura já garante retorno financeiro total do investimento. Em uma plantação de 1 hectare conduzida no Mato Grosso, com 1111 plantas, considerando os custos de insumos, de cerca de 47 mil reais investidos obteve-se um retorno acumulado de quase 50 mil reais.

Além disso, é possível obter uma expansão rápida da área plantada, já que o método de propagação da cultura é por estacas. Por necessitar de podas após a frutificação das plantas, os cladódios podem ser utilizados como mudas.

Outro destaque para o cultivo de pitaia é a possibilidade de consorciação com outras culturas, como com a melancia. Isso garante uma renda diversificada ao agricultor, que consegue otimizar ainda mais o uso da sua área.

O investimento na produção de pitaia vale a pena? 

Apesar do cultivo da pitaia ser relativamente novo no Brasil e as informações sobre a condução e manejo dessa cultura ainda não estarem muito bem definidas, a rusticidade da espécie atrelada ao seu alto valor agregado no mercado são muito atrativos ao agricultor.

Ressalta-se ainda que, mesmo em culturas recentemente exploradas no país, como é o caso da pitaia, é de importante valia garantir o uso de adubação com fontes sustentáveis com nutrientes adequados, como o é o caso da pitaia, é de importante valia garantir o uso de adubação com fontes sustentáveis com nutrientes adequados, como o Siltito Glauconítico. Assim o agricultor traz benefícios ao seu cultivo aliando produtividade a uma cultura que tem expectativa de produção e renda de 15 a 20 anos.

Foto: Marcel Oliveira

 

Fonte: Agrolink