Indústria projeta aumento na exportação de carne com novo status sanitário para aftosa

28 de maio de 2021

O reconhecimento internacional de três novas zonas brasileiras como livres de febre aftosa sem vacinação deve gerar aumento nas exportações brasileiras de carne suína ainda neste ano, segundo previsão divulgada nesta quinta-feira (27/5) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Conforme a entidade representativa, só a possibilidade de embarcar carne suína com osso e miúdos para o mercado chinês, aberta pelo novo status sanitário, pode representar um crescimento de mais de 10% nas exportações do Rio Grande do Sul e do Paraná – respectivamente segundo e terceiro maiores exportadores do país, após Santa Catarina.

Juntos, os três Estados do Sul do país responderam por mais de 91% das exportações brasileiras de carne suína em 2020, concentrando quase 71% da produção nacional.

Até então, Santa Catarina era o único ente federativo do país reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação, garantindo aos produtores catarinenses acesso exclusivo a mercados importantes, como Japão, EUA, Coreia do Sul, Filipinas e Chile – quarto maior destino da carne suína brasileira.

Somados, os cinco países responderam por 14,6% das exportações catarinenses e por 7,5% das exportações brasileiras no último ano.

A estratégia do governo, agora, é expandir as autorizações dadas à Santa Catarina para os vizinhos, Rio Grande do Sul e Paraná, além das demais regiões de mesmo status sanitário (Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso).

Segundo a ministra da agricultura, Tereza Cristina, o Brasil passou a ter mais de 50% de seu rebanho de suínos e 58% dos frigoríficos de inspeção federal em áreas livre de aftosa sem vacinação.

Segundo a ABPA, o Rio Grande do Sul pode exportar até 293 mil toneladas este ano, volume 12,8% acima do registrado em 2020, enquanto o Paraná pode chegar a 145 mil toneladas, o que representaria um crescimento de 6% nos embarques do Estado.

Para 2022, a previsão é que esse volume amplie ainda mais, alcançando um aumento total de 35% na exportações do dois Estados em quase dois anos. “Juntos, Paraná e Rio Grande do Sul poderão ter receita cambial superior a US$ 1,2 bilhões em 2022, muito acima (+46,3%) dos US$ 820 milhões auferidos em 2020”, comemora a associação em nota.

Foto: Divulgação/ABCS

 

Fonte: Globo Rural